14 junho 2007

Poem: Se as minhas mãos pudessem desfolhar - Garcia Lorca

Eu pronuncio teu nome nas noites escuras,
quando vêm os astros beber na lua e dormem
nas ramagens das frondes ocultas.
E eu me sinto oco de paixão e de música.
Louco relógio que canta mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura,
e teu nome me soa mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas e
mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então alguma vez?
Que culpa tem meu coração?
Se a névoa se esfuma, que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!!

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