Baseados em acontecimentos reais, Tiros em Ruanda é um filme que, na verdade, pergunta: o que você arriscaria para fazer a diferença? Durante 30 anos, o governo da maioria Hutu perseguiu a minoria Tutsi. Sob a pressão do ocidente, o presidente Hutu concordou em dividir o poder com os Tutsis. 6 de Abril de 1994: um genocídio inicia-se. Quase um milhão de pessoas são mortas em 100 dias, e apesar da indiferença da ONU, dois homens estavam dispostos a fazer a diferença. Um padre inglês e seu ajudante juntam forças e coragem para enfrentar armas e facões, tendo que fazer uma escolha: ficar junto da minoria ou fugir para a Europa.
Foi filmado nos lugares exatos nas quais as cenas se referem e grande parte da equipe técnica do filme e alguns figurantes são sobreviventes do genocidio de 1994. Não imagino como deve ter sido doloroso a reconstituição do terror que viveram, mas é um feito que merece ser elogiado.
A estreia em circuito comercial, chegou mal divulgada e mal aproveitada. Deve ser um dos filmes mais subaproveitados dos ultimos tempos.
Shooting Dogs é um filme cruel, angustiante e revoltante. Contorce-se no banco e fecha-se os olhos para não ver os corpos abandonados, as crianças mortas à catanada, o sangue inocente espalhado nas paredes, a vandalização dos cadavares. É um conflito explicito, sob o olhar das Nações Unidas e do mundo. É um conflito de Joe e Christopher perante o abandono ou a impotência. É um conflito de quem vê, pela angustia ou pela vontade de parar.
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