Segundo Babenco, o próprio Alan Pauls o chamou de louco por acreditar que o livro fosse intransponível para o cinema, por se tratar de uma história composta mais por divagações e silêncios, do que por ações. Mas não foi o que pareceu. A trama parece bem roteirizada, sem nos dar aquela impressão de que os fatos vão sendo mostrados como num videoclipe, para que um romance de 480 páginas caiba em duas horas de filme. Tudo transcorre sem nos assustar.
Boa mesmo é a Analía. Atriz argentina com 15 anos de experiência em teatro, ela está muito bem no papel da apegada Sofia, alternando suavidade, tensão e loucura de maneira competente. Legal mesmo é ver Babenco numa ponta como projetista de um cinema, pois isso deve ser uma referência à sua própria juventude onde, como ele mesmo disse, encontrava refúgio para seu deslocamento social entre os clássicos estrangeiros, aproveitando também para conhecer novas culturas de uma maneira agradabilíssima.
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