O romance faz com que Sarah (Kate Winslet) passe a rever seus próprios conceitos sobre o matrimônio e a busca da felicidade. Num sarau literário, ela comenta o livro Madame Bovary, de Flaubert. Para Sarah, as ações adúlteras da protagonista, até então vistas como reprováveis, são, agora, entendidas como reações naturais de uma mulher insatisfeita com os rumos da sua vida. Presa a um casamento infeliz, Emma Bovary tinha o pleno direito de encontrar a alegria e realização pessoal por outros meios, ainda que isso significasse a traição ao seu companheiro. Sarah, a Bovary dos tempos atuais, simboliza a mulher Século XXI, auto-suficiente, detentora de uma autonomia sobre suas próprias decisões e capaz de assumir as devidas responsabilidades.
Olhamos pelas janelas, silenciosamente, e deparamo-nos com problemas conjugais, com pequenos conflitos, com banalidades do quotidiano. Julgamos um pedófilo, atacamos o adultério, cochichamos no Clube de Leitura bem ao jeito da Oprah Winfrey. Em suma, temos dentro da tela a vida suburbana de umas quantas personagens.
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