19 janeiro 2010

Livro: Orlando (Virginia Wolf)

A literatura desta brilhante escritora me faz perceber que a escrita não conhece idioma, religião, nem muito menos sexualidade.Virginia Wolf em Orlando deixa espaço para que vivamos junto com o personagem todas as suas contestações a respeito do mundo masculino, na primeira parte do livro como gosto de dividir esta obra, e do feminino, na segunda parte, mesmo com a atmosfera da velha Inglaterra temos o prazer de transitar do velho mundo para o mundo contemporâneo tranquilamente.
. As angústias de Orlando são as nossas angústias, sua solidão é a nossa nos tornamos um corpo só e sem perceber nos transportamos ao universo alheio com a mesma facilidade com que penetramos o nosso.
Virginia Woolf, com a sua técnica de fluxo de consciência e talento incomparável, nos mostra as angústias e medos, as paixões e vontades do personagem de maneira poética, envolvente e curiosa: Orlando, depois de séculos, se torna Lady Orlando, sofrendo essa mutação que o faz ver o mundo de um ângulo feminino. As restrições, os receios, outras ambições e o sexo - Woolf expressa muitos de seus ideais feministas e se mostra cáustica nos comentários. O livro, também com uma adaptação para o cinema, fascina o leitor através do singular Orlando, e mostra como o tempo se arrasta e continuamos nos revolucionando internamente - sendo homem ou sendo mulher, com todas as nossas inquietações.


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