27 agosto 2009

Filme: Corra Lola, Corra!


Filme alemão do ano de 1998 lançou uma tendência que foi aproveitada posteriormente pelo cinema americano: a de contar a mesma história com diferentes desenlaces. Lola precisa correr e salvar a vida do namorado Manni. As teorias que envolvem tempo ou mesmo a alteração de uma verdade foram questionadas em filmes extremamente hollywoodianos como “Efeito Borboleta”, onde é possível se mudar uma história várias vezes. É o que acontece no filme “Corra, Lola, corra”, do ano de 1998, onde Lola (Franka Potente), precisa mudar sua história várias vezes para salvar a vida de seu namorado Manni.
Feito de forma diferente dos filmes tradicionais alemães, a ação consiste no fato de que a personagem passa o filme inteiro correndo. Lola é uma filha de banqueiro que leva um estilo de vida descolado com seu namorado, que trabalha para a máfia. Tudo acontece quando Manni esquece uma bolsa contendo cem mil marcos (moeda alemã) no metrô. Nesse instante, começa a sua corrida, para evitar que seu namorado seja morto pelo seu chefe mafioso. Essa busca desemboca em três diferentes acontecimentos.
A história é contada três vezes, e sempre que Lola fracassa na busca pelo dinheiro (primeiro pedindo ao seu pai, que recusa, depois procurando pela cidade), retorna ao início, e a heroína parece sempre aprender algo de novo. Toda a história monta uma identidade renovada e incomum. Regado por música eletrônica de uma forma que envolve o espectador, o filme também conta com alguns trechos de animação para ilustrar alguns pontos da saga de Lola, que tem os cabelos magnificamente tingidos de vermelho vivo. Em 20 minutos, se ela não correr, Manni irá morrer.
O pensamento de “e se eu tivesse feito tal coisa?” praticamente é a constante, pois Lola volta sempre no tempo, em busca da solução. Entre uma parte e outra, novos detalhes são acrescentados ou retirados. A busca pelo dinheiro é a maior meta da garota, e ela tem apenas 20 minutos para fazer isso. Confronta a tudo e a todos, e também seu maior inimigo: o tempo. Corra, Lola, Corra ganhou alguns prêmios internacionais, como o de Melhor Filme Estrangeiro pelo Independent Spirit Awards. É um filme de tirar o fôlego somente pela personagem principal passar grande parte dele correndo, desesperada, atrás de uma resolução para o grande problema. Os diálogos são rápidos e curtos, e brincam com a idéia de que justamente Lola não tem tempo a perder. O desespero de Lola, e o modo genial como a história é contada, mais a trilha sonora bate-estaca intensa, faz com que o roteiro não seja cansativo, mas sim, arrebatador.

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