27 agosto 2009

Filme: Filhos do Paraíso (Children of heaven)

Sempre que me pedem sugestão de um filme, indico Filhos do Paraíso, belíssimo vídeo iraniano do diretor Majid Majidi, que em 1999, juntamente com Central do Brasil, de Walter Salles Jr. e A vida é bela, de Roberto Benigni, disputaram o Oscar de melhor filme estrangeiro, sendo vencedor o filme italiano, da distribuidora norte-americana Miramax. Nada contra o filme de Benigni, que é uma delirante fantasia. Contudo, apesar de ser também escritor de ficção, creio que coisa mais fantástica que a realidade não há. O filme iraniano é inspirado num fato real: dois irmãos (menino e menina) têm que dividir o mesmo par de tênis velho para irem à escola, visto que o menino, logo no início da película, perde o surrado par de sapatos da irmã, este recém vindo do conserto. Ou melhor, deixa num canto, enquanto compra legumes pro almoço,e um catador de lixo, vendo o péssimo estado dos mesmos, cr~e que tinha sido largado na rua, como lixo. A partir daí, o irmão começa a dividir seu par de tênis com a irmã menor, que estuda pela manhã e ele a aguarda chegar, para calçar o mesmo par e ir correndo para a escola, no turno da tarde. O diretor da escola, vendo apenas a "ponta do iceberg" começa a ameaçar o menino de expulsão se continuar com os seguidos atrasos, mas é um professor de educação física que vê no aluno um talento natural para o esporte. Nesse corre-corre e troca-troca, o jovem acaba se destacando por sua velocidade e é inscrito numa corrida, onde o 3º lugar é justo um par de tênis novos - para os dois irmãos, muito melhor que os primeiros lugares: viagem à colônia de férias, que eles jamais tinham ido também. Cruel dilema, que não conto o final, evidentemente, para que todos vejam o filme.História tocante, simples e bem contada, mostrando outra faceta do povo iraniano, que comumente têm sua imagem associada, na cultura ocidental, ao fanatismo religioso, terrorismo e a opressão. Por sinal, nesse jogo de sinuca mundial, o Irã, por "suspeitas" de ter a bomba atômica, parece ser a “bola da vez” da máquina de guerra do Tio Sam.

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